quarta-feira, 24 de agosto de 2011

uma linha tênue entre dor e prazer. Se as expressões de alguém com tesão e prestes a gozar fossem registradas em fotos, seria difícil diferenciá-las das expressões de alguém sentindo dor. No entanto, é complicado aceitar esse fato – principalmente, porque o nosso lado racional insiste em afirmar que sentir prazer em sentir dor só pode ser uma perversão, uma coisa de gente “doente” ou tarada.
Esse fator ainda não explicado fica reprimido dentro de muita gente. Mas vestígios deles são a nossa volta. Seja nas entrelinhas -“depois brinca comigo, ri do meu umbigo e me crava os dentes.” – ou no papo reto – “dói, um tapinha não dói – o fato é que já faz tempo (as primeiras obras sobre sadismo e dor datam por volta de 1885) – que a humanidade tenta entender a relação do prazer e dor.
Sempre quis entender de onde vem esse nosso prazer em sermos submetidos no sexo. Há as justificativas médicas, que os nervos sensoriais dos genitais masculinos e femininos seriam os mesmos que transmitem dor e prazer. Há também as justificativas da psicanálise, baseadas na explicação Freudiana que fetiches desse tipo viriam de situações vividas na infância. O fato é que, ninguém ainda conseguiu encontrar uma explicação definitiva e comprovada para explicar o número enorme de pessoas que gostam de sentir algum tipo de dor no sexo.
Se você procurar na internet sobre a questão da relação dor X prazer, muito provavelmente vai encontrar, em sua maioria, arquivos referentes ao sado-masoquismo, que é o extremo dessa relação. Mas pra pensarmos no desejo da dor como potencializador do prazer, não precisamos ir tão longe. Vamos falar aqui dos casos mais sutis, dos que não querem se aprofundar na fantasia, mas que sentem prazer em serem amarrados, amordaçados, mordidos ou pegos com força no sexo. Se você nunca teve esse desejo, provavelmente conhece alguém muito próximo que já teve – é muito mais comum do que você possa imaginar.

Puxa meu cabelo?
Quando falamos da inserção da dor no sexo, estamos nos referindo a um contexto. Ninguém é maluco de gostar de sentir dor do nada – se fosse assim, os sádicos teriam orgasmos múltiplos se cortando sozinhos. Por isso, o que notamos é uma grande quantidade de pessoas que tem uma capacidade de erotizar a dor, fazendo com que ela se transforme em um agente potencializador do prazer. Há um botãozinho desses transformadores presente em todos os que gostam de uns arranhões e umas puxadas de cabelo durante o sexo.

Já se sabe que fantasias são muito melhores vividas dos que explicadas. Cada um tem a sua – você pode chamar de louco aquele que sente tesão com coisas que não são racionalmente normais, mas com certeza você também têm um pouco de bizarrice escondida. Saber desenvolver suas fantasias de uma forma saudável – sem correr riscos e nem colocar ninguém em perigo – é uma das formas mais eficientes de evoluir o prazer no sexo. Ter alguém em quem confia  que tope realizar suas fantasias mais proibidas pode ser sua chance de experimentar um prazer que você nem imaginava que existia. Mas, claro – esse prazer é privilégio exclusivo dos que têm coragem de perder a razão de vez enquando.

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