terça-feira, 2 de novembro de 2010

PRELIMINARES X HOMENS

Todos nós já sabemos das necessidades de fazer uma boa “preliminar”, aliás, todos nós sabemos da “obrigação” de se fazer as preliminares.
As preliminares preparam o corpo para aproveitar ao máximo os prazeres da sexuais, dando o tempo necessário para se entrar no “espírito da coisa”.
A maioria dos homens se perde nesse momento, tentando logo fugir para o “finalmente”, o que não vai ter bons resultados, pode ter certeza.
Os homens, tem um foco de prazer justamente no pinto e na penetração sexual, como tinha que ser. Mas como normalmente  nós somos o contrário deles , exigimos sempre mais. O melhor a fazer é tornar esses momentos – as preliminares – um momento bom e agradável para ambos.



O mundo seria um lugar melhor se os homens só adquirissem o direito de ter pau depois de aprender todas as possibilidades eróticas da língua e dos dedos.
Antes de mais nada: essa não é uma crítica ao falo. De forma alguma. Ele é útil, a gente usa e gosta. Bastante. É realmente envaidecedor vê-lo reagindo aos nossos estímulos e se transformando de tímido e assustado em suntuoso e implacável. Aliás, só uma coisa dá mais tesão numa mulher do que causar tesão: ser excitada. E aqui entram a língua e os dedos. Literalmente.

  Acredite se quiser, mas não somos uma seqüência de buracos dispostos ao seu bel-prazer (eles também servem ao nosso). E é exatamente assim, bonecas infláveis, que nos sentimos quando não somos devidamente investigadas, quando tratadas feito pizza fria: comida às pressas. Temos pele, cabelos, pernas, braços, virilha, uma série infindável de territórios pouquíssimo explorados pela maioria dos machos e, vou te contar, é uma delícia sentir a mão de um homem passando por nossas coxas, ultrapassando a barreira do elástico do sutiã, puxando de leve o cabelo perto do pescoço. Os dedos percorrendo a pele fininha do nosso seio, a língua tocando a orelha – mais do que o carinho em si, esses gestos traduzem a dedicação, o envolvimento com nosso corpo. E é aí que nos sentimos vistas, exploradas, únicas.
E então nos invade a vontade incontrolável de virarmos a mais competente das devassas, utilizarmos sabiamente sua ereção e fazê-los (e a nós também, claro) gozar feito loucos. O melhor círculo vicioso do universo.

Depois de vislumbrar a miríade de possibilidades que o encontro de dois corpos (inteiros) nos reserva, beira o impossível compreender qual o raciocínio tortuoso que leva um homem a resumir o sexo ao bate-estaca. Não tiro o mérito da penetração porque, serei justa, é um momento crucial na transa. Se sexo fosse cardápio, meu pedido seria o combo número 1: língua + dedos + falo. A ausência de qualquer um dos itens causa a mesma sensação de ir ao Mc Donald’s e não pedir refrigerante e batata frita: parece que nem estivemos lá. Ser penetrada é crucial, gostoso, íntimo, invasor, impactante. Mas, se isso fosse suficiente pra satisfazer as mulheres, vocês teriam, há milênios, sido substituídos pelos pepinos.

Vocês estão pouco se importando com o orgasmo feminino? Se somos assim tão independentes, a gente que se resolva? Se gostamos tanto de dedo e língua, por que não viramos lésbicas? Se você transa com a única intenção de botar pra dentro, sugiro que
desista dessa coisa chata, repetitiva e reclamona chamada mulher e entregue-se sem culpa ao reino vegetal: bananeiras e mamão morno são ótimas opções – macios, molhadinhos, não conversam depois de transar, não pedem pra ficar abraçados nem questionam seus sentimentos por eles.

A verdade é uma só: homem que não curte preliminares não gosta de mulher, gosta de buraco. Sendo assim, que tal um tórrido momento a dois com uma estonteante mesa de sinuca?

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