domingo, 7 de novembro de 2010

Quando o amor acaba!

De repente, a mulher tão familiar que está na frente dele do outro lado da mesa do restaurante se transforma numa desconhecida. Em um estalo de dedos, anos de convivência se apagam completamente, como se um gigante tivesse passado uma borracha no álbum de fotos criado pela memória dos dois. O rosto dela lembra vagamente alguém que ele conheceu há muito, muito tempo, mas aquela pessoa já não está mais ali.

O mal-estar é recíproco, mas de natureza diferente. Ao contrário dele, ela sabe muito bem quem está na sua frente – bem até demais. Ela sabe que o que está sendo prometido nunca será cumprido; sabe também que a voz dele diz uma coisa, mas a realidade do cotidiano diz outra.  Nessa noite, porém, as palavras soam mais uma vez como sons sem sentido, frios como os copos intactos sobre a mesa do restaurante.
Dizem que as mulheres se casam imaginando que vão mudar os homens; os homens se casam acreditando que as mulheres não vão mudar. Mas a verdade é que as coisas mudam, mas as pessoas, não. Por que, então, esses dois insistiram tanto tempo e esforço no amor? Porque é da natureza humana. Porque é da inevitável e desumana natureza humana. 


Até algum tempo atrás eu ainda acreditava em contos de fadas e no velho “e viveram felizes para sempre”. Hoje ainda acredito ser possível, mas isso é para poucos. Na vida, muitas vezes gostamos de uma pessoa com todas as nossas forças, mas aos poucos esse amor vai se esfriando, se apagando, até se tornar uma amizade ou simples comodidade. O culpado disso? Não, não é nem um nem outro. Faz parte da vida, só isso. Vários fatores colaboram: o tempo, a rotina, a convivência, enfim, a vida em si.
Chega então o dia em que o homem ou a mulher (quando não os dois) sente apenas um carinho pela outra pessoa, e não mais aquele fogo, aquela paixão arrebatadora. Fica o carinho e o respeito. A partir desse momento, essa pessoa começa a sentir o irreversível desejo de se apaixonar novamente. De sentir um frio na barriga, de suar frio, de tremer quando se aproxima da pessoa desejada.
Na minha opinião, todos temos o direito de sermos felizes, de estar com uma pessoa que gostamos e que nos traz a alegria de viver. Se um amor chegou ao fim, cabe aos dois seguirem suas vidas, cada um para o seu lado, e começarem a jornada em busca da felicidade. Nunca é tarde para encontrar o amor. Pode-se achá-lo desde a mais tenra idade ou até mesmo depois dos 60. E por quê não? Por que se privar da felicidade? Sempre é tempo de recomeçar, e a vida nos dá todas as oportunidades de pegar o passado, espremê-lo, tirar-lhe todas as situações de aprendizado e seguir em frente, de cabeça erguida em busca daquilo que queremos.
Claro que nem sempre é fácil uma separação. Para um casal de namorados, fica um pouco de dor que logo passa e a vida continua. Para quem casou, é um pouco mais complicado. Para quem tem filhos, então é mais difícil ainda. Mas ainda assim, reitero, se o relacionamento não traz mais felicidade, de nada adianta seguir com ele. Só vai trazer mais angústia e sofrimento. Mesmo que seja muito complicado o processo de separação, talvez este seja o passo principal para que ambos possam começar a ter aquela velha alegria de volta.

Então, encarar todo fim como sendo um novo recomeço faz com que as coisas não pareçam tão difíceis e assustadoras. Traz, inclusive, um sentimento de felicidade e esperança. Fomos feitos para amar e ser feliz e para isso que devemos viver, buscando o melhor para a nossa vida, sempre. Lembrando que sempre é hora de ser feliz, nunca, mas nunca é tarde demais. Temos sempre um novo dia pela frente, e devemos vivê-lo da melhor maneira possível. Uma frase que eu gosto muito de dizer é “It is never too late” (nunca é tarde demais).


Por:  Fabio Centenaro / Felipe Machado

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